Exposição "Kandinsky - Tudo começa num ponto" (Centro Cultural Banco do Brasil SP)
- Linedelua
- 15 de ago. de 2015
- 2 min de leitura

Queria jamais esquecer a sensação com a qual saí da exposição: de alma preenchida, alma encaixada no corpo, em seu lugar, ou algo semelhante para o qual não encontrei uma definição.
Wassily Kandinsky, que já me encantava desde criança, era muito mais do que já havia visto sobre ele em aulas de Educação Artística.
Me identifiquei profundamente com o Kandinsky ancestral, pluricultural e espiritual que descobri na exposição que fica no CCBB até 28/09. Sua sensibilidade vai além do artístico, do humano; é uma coisa de 'ser em si mesmo' tudo aquilo que tocou sua alma, na vida e na arte. E quando digo Arte, não é só sobre a pintura, seu principal meio de expressão, mas tudo o que pode assim ser chamado, como a música, o artesanato tradicional de seu povo, os ornamentos xamânicos da Sibéria, os contos de fadas. Tudo o que seus sentidos captavam, sua alma transcendia em suas obras.
Ele foi atrás de suas raízes mais profundas o mergulhar no xamanismo siberiano, e uma de suas frases frente a isto me emocionou profundamente:

Sua fase abstrata, pla qual foi chamado inclusive de "pai do abstracionismo", traz linhas, cores e jogos de formas que para o raciocínio lógico não fazem sentido concreto, mas a alma de um artista sempre reconhece a expressão do espírito de outro artista.
Nesta fase, muitos elementos são representados, como os sons, as histórias, os rituais, as sensações.
Certa vez ele disse viver dentro de seus quadros, e foi exatamente o que senti. A exposição foi um longo e regenerador mergulho, na arte, na cultura russa e siberiana, na espiritualidade, na fusão das artes.
Como disse, me identifiquei profundamente com tudo o que absorvi, e fiquei boa parte do tempo fazendo um paralelo sobre tais coisas percebidas e meu momento com a dança. Alguns quadros de Kandinsky pareciam-me até expressões visuais da Dança, pois suas obras têm um movimento singular.
A Dança pode também ser assim, expressando puramente as sensações, sem a rigidez das formas, e bebendo de outras fontes artísticas, que não somente a dança.
A Dança, como a obra de Kandinsky, pode - e creio que é - uma expressão do espiritual através do movimento. A espiritualidade de Kandinsky, assim como ueu também creio, não tem a ver com religiões dogmáticas e afins, mas sim é uma manifestação livre da alma humana, uma manifestação de um "sentir além", de um "sentir cósmico".
Próximo mergulho? Na obra literária do artista, mais especificamente no livro "Do Espiritual na Arte".
A sensação pós exposição se traduz assim:
" Me encontrei (em mim)".
Para saber mais sobre a exposição acesse: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/kandinsky-tudo-comeca-num-ponto-4/







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