Espelhos na Dança

Em nossas mentes ocidentais, tudo está devidamente separado e classificado em rótulos e formatos específicos, com algumas pequenas exceções.

Mas atente para o vídeo deste post. Seriam as danças Flamenca e Indiana dois corpos diferentes para a mesma alma? As semelhanças são impressionantes, uma vez que historicamente se desenvolveram em momentos e locais distantes, uma na Espanha do século dezoito, e a outra na milenar Índia.

Talvez seu elo de ligação esteja no povo que também historicamente se relaciona a ambas, embora tenha ainda outras variantes da arte do movimento. O Povo Cigano, segundo algumas fontes, teria saído da Índia e se espalhado desde então por todo o mundo.

A Dança Indiana possui todo um simbolismo com a reverência aos Deuses, cada movimento, não importando se dos pés, mãos ou sobrancelhas, tem seu significado único e combinado aos demais é como um alfabeto que origina centenas de palavras, frases, discursos.

A Dança Cigana, que não está no vídeo mas teoricamente seria o principal elo de ligação, também possui seus significados próprios em cada movimento e olhar. Teria o Povo Cigano dado origem ao Flamenco na região andaluz da Espanha do século dezoito, e a partir daí evoluído gradativamente ao Flamenco que hoje conhecemos.

Se diz sobre esta transição que, ao passar das danças livres nas ruas para o interior das tavernas, o Flamenco se voltou mais a entreter a aristocracia da época, chegando às óperas. Mas muito se perdeu acerca desta fascinante história, por conta de guerras e perseguições.

Apesar disto, o Duende – espírito Flamenco – se expressa cada vez que alguém o baila, assim como o legado de Shiva – Deus indiano denominado o Senhor da Dança – se expressa nos sem-número de movimentos da Dança Indiana. Está certíssimo, neste espelho da Dança, o ensinamento hindu que diz: o Deus que habita em mim é o mesmo Deus que em você habita. A Alma da Dança é a mesma Divindade não importando suas várias formas.

E o Universo é Movimento!

Olé! Namastê!

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